Minha mente tá vazia, sem coragem pra habitar uma alma, sem ganas de sustentar fortes sentimentos. Ultimamente sou como um peixe perdido de seu cardume a espera de que algum boca grande e faminta.
Viver, numa concepção madura é olhar pra trás e se orgulhar do que deixou, fechar os olhos e sentir que o seu hoje está plantando bons frutos para montar o futuro, peça a peça, imaginando a obra final. A minha vida é o fruto que eu plantei no passado e por medo não colher, deixando assim as peças do presente embaralhadas de tal maneira que não consigo me orgulhar do que eu desejei pro meu futuro.
Os peixes, o habitat da alma, os frutos, as peças, as metáforas. O que isso tudo quer dizer a final? Nada, não dizem nada. Os sonhos, as pedras e a fé são particulares, intímos amigos que quem os possui, não adianta expor. As conclusões alheias serão sempre as mesmas. Eu não sou suficiente, eu fraquejei e cai. Todos dizem: "Eu sabia", como se isso servisse de algo, porém poucos te aguarram pelo braço quando as pernas falhas, te olham nos olhos e não te julgam, esses nos dizem com o coração "estou aqui, pode seguir que eu estarei do seu lado". São esses, pra esses, poucos e grandes amores da minha vida que eu me esforço a cada segundo pra manter o maior e mais sincero sorriso e é por eles que eu vou sempre seguir dizendo "eu amo a vida, tal e como ela é", porque eu posso até não ver nada no meu futuro mas sei que eles vão me acompanhar até lá e isso basta pra que eu não desista nunca de ser quem eu sou, de ser a mais covarde por ter deixado tudo pra trás e ido embora e a mais corajosa por ter deixado tudo pra trás e ido embora.
Eu descobri e sei que mesmo no fundo do poço eu não vou esquecer que "a vida é passageira, mas o amor é inacabável"